Em práticas de Não Monogamia Consensual (NMC) — como relações abertas, intercâmbio de parceiros ou trocas de casal — o que define a legitimidade da intimidade não é o gênero ou a orientação sexual de quem participa, mas sim o consentimento, o diálogo claro e o conforto de todas as pessoas envolvidas. (PubMed)
Pesquisas indicam que pessoas bissexuais têm maior propensão a considerar ou vivenciar relações não‑monogâmicas consensuais, em comparação a heterossexuais — o que revela que a bissexualidade muitas vezes dialoga com a pluralidade de afetos e desejos. (PubMed)
Porém, mesmo em contextos de NMC, ninguém deve se sentir obrigada a fazer algo. Se uma pessoa — seja heterossexual, bissexual ou de qualquer orientação — não se sente confortável com alguma prática, ela precisa ter espaço e liberdade para expressar suas vontades ou negar participação, sem culpa ou pressão. A imposição de gênero ou orientação (por exemplo, exigir que o “terceiro” seja uma mulher bissexual) pode ser tão nociva quanto qualquer outro tipo de coerção.
O que a ciência reforça é que o sucesso de relações consensuais depende muito mais de comunicação, honestidade e acordos explícitos do que da configuração dos parceiros. Um estudo comparando relações monogâmicas e NMC concluiu que, quando há consentimento mútuo e transparência, o bem‑estar psicológico e a satisfação entre os parceiros não difere significativamente entre ambos os modelos. (PubMed)
Da mesma forma, quem opta por não participar de determinada dinâmica — seja sexo com outras pessoas, tríplex ou trocas de casal — deve ter seu desejo respeitado. A ideia central não é atender a fantasias alheias ou expectativas externas, mas garantir que cada indivíduo se expresse de forma autêntica, sem medo de julgamento ou pressão.
Mais do que cumprir uma “fórmula” de relacionamento aberto ou trocas de casal, o essencial é que todos os envolvidos estejam de acordo, confortáveis e seguros — o que pressupõe comunicação aberta, consentimento real e respeito às vontades individuais.
